sexta-feira, 1 de maio de 2015

A Bela e a Fera

            “Fera” será usada aqui no seu sentido literal, o de um animal selvagem que devora animais mais frágeis, só que o animal é um homem e a bela, como está claro, uma linda mulher.  Mas “devora” está no figurado e a bela é o animal mais frágil.
             Não é de agora que me considero um animal. Sabemos que a Biologia nos classificou como animais e que o que nos diferencia dos demais é a razão, uma vez que esses demais são instintivos, ou seja, não tem a faculdade de raciocinar. Assim, consciência e consequência não são coisas que animais destituídos de razão entendem. Porém no meu âmago sempre agi por instinto que é o ímpeto pela busca por sexo; tudo em mim, absolutamente tudo, converge para o fazer sexo. Nada nunca me cativou tanto como fazer sexo. Desde a conquista da presa até o ato em si, tudo me impressiona. O jogo psicológico por traz da sedução é quase tão incrível quanto a magia que envolve o momento do sexo. Na hora H, ver a minha presa delirando de prazer constitui meu objetivo primordial, pois isso já é indescritível em termos de sensações por mim sentidas. Em seguida ao atingir níveis de prazer que ainda não sei quantificar, entro numa esfera de sensações que mais parece outra dimensão fora dessa espacial que estamos inseridos. Todos os órgãos dos sentidos em meu corpo se ativam de tal forma que o meu cérebro bloqueia todo o resto. A parti daqui já não tenho mais noção de perigo e todos os outros sentimentos que isso implica. Sexo pra mim é uma droga que quanto mais uso mais dependente fico. Essa droga que ativa única e exclusivamente meus instintos me coíbe de respeitar os sentimentos alheios sejam eles quais forem e por isso é que são presas.
            Nessa busca desenfreada por mais presas, por mais droga, encontrei uma linda mulher. Contudo, diferente das outras, esta é tão presa que às vezes penso que não sou o animal que sou. Isso por que sinto a necessidade de proteger e não de devorar (ou devorar e proteger?). Bom! O fato é que quero estar ao lado da minha bela. Mas a minha condição não deveria permitir isso já que sou apenas instinto. Talvez tal fenômeno aconteça porque quanto mais a devoro mais presa ela se torna. Depois desta conclusão, talvez eu tenha entendido o motivo da bela acalmar a fera. O que quero dizer é que a bela é o paraíso da fera. Não importa quanta vezes eu a devore, ela sempre estará mais bela. Existiria ciclo mais perfeito?


Diego Mendes – God’s Prince

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