domingo, 29 de dezembro de 2013

Solicitação de Amizade



            Admiro a inteligência do cidadão que criou o FaceBook ou o face como todo mundo chama. É muito prático. Você só precisa dar um clique e pronto já fez um convite de amizade para alguém. Por isso amigo Leitor estou lhe enviando uma solicitação de amizade. Eu sei que não faz a mínima ideia de quem eu sou, mas tudo bem podemos ser amigos. Podemos compartilhar nosso gostos, fotos, ideias... Podemos ainda criar páginas de relacionamentos e um leque de coisa que só os feiciados sabem. Então é assim, com um clique daqui um clique dali nos tornamos melhores amigos. Aí curtimos, compartilhmos, comentamos tudo o que for publicado na rede.
            Contudo, amigo, é possível que não chegaremos a tomar café da manha na casa um do outro ou mesmo almoçar. Talvez nunca nos veremos fisicamente. Talvez nunca conversaremos no fim de uma linda tarde apreciando o por do sol, sem precisar de cliques. Ou amizade é simplesmente trocar palavras sem saber ao certo se estar conversando com João ou com Maria?
            Sinto falta do tempo em que pra se fazer uma amizade era preciso colocar o pé no chão e ir na casa do vizinho e conhecê-lo primeiro. Sinto falta dos dias em que não era preciso se pedi pra se construir uma amizade, pois ela fluía naturalmente com a convivência do dia a dia.
            Então, amigo Leitor, só me resta esperá sua confirmação de amizade.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Vitoriosa




Vem...
Linda,
Despida,
Maravilha.
                                                                Em seu leito me enleia.
                                                                Seduz-me para o bote.
                                                                Queima-me!
                                                                Cega-me!
                                                                 Envenena-me!

Nesse ritual sou gladiador.
Gladiador da morte em vida plena.
Guerreiro incansável e cansável.
Germanus.

                                                                 E, num gesto sublime,
                                                                 A Amazonas em delírio,
                                                                 Me tira o suspiro
                                                                 E vence a espada.  

domingo, 22 de dezembro de 2013

A Caminhada


   

Caminhar não é tão fácil quanto parece. Ainda mais quando, como dizia Carlos, tem uma pedra no meio do caminho. Joaquim também parece compartilhar de minha assertiva depois que declara, em Memórias póstumas de Brás Cubas, ter levado uma vida de negativas.  Dar passadas seguidas dia após dia é, talvez, a tarefa mais árdua que alguém pode realizar durante seus dias de metabolismo.

Inúmeros são os motivos para pararmos e darmos uma cochilada na sombra de uma árvore. Não é só o corpo que pede por essa aconchegante sombra, tudo em nós parece querer isso. Apenas uma pequena parcela do ser defende a caminhada. Pode ser o medo o responsável pelo receio ou quem sabe o nosso semelhante. É duro aceitar que infinitesimais são os que decidem dar seus próprios passos. Daí surge uma pergunta suposta fácil de ser respondida: o que esses seres infimos têm de surpreendente que os fazem prossegui? Bom... Não cabe a eu responder isso, uma vez que já estou caminhando.

Como nos diz Einstein, uma das maiores mentes que habitaram a Terra até hoje, somos como as bicicletas, pois para mantermos o equilíbrio temos que continuar nos movendo. Ele parece afirmar que caminhar é intrínseco ao ser humano. Charles Darwin com suas descobertas a cerca da natureza parece partilhar dessa ideia. Aqui outra pergunta se faz necessária: porque queremos parar, se seguir faz parte da nossa essência?

Dito isso não faço a mínima ideia até onde caminharemos. Todavia de uma coisa eu sei: antes de cada passo uma decisão e após cada decisão... consequências.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Prisão perpétua






Dona do desejo dos outros
Lábios
Lindos,
libertos...
                                   (tudo)
Tens a prisão profunda
De almas errantes
perdidas
profanas...
                               (livres)


És um paraíso perverso cativo
Flor de eflúvios embriagantes
Musa dos pensamentos sedentos
Causa de desejos
                  Vibrações
ânsias...
                               (alentos)


Ó prisão sádica e voluptuosa,
Tu que tens o domínio...
A faísca da doçura
Que fecunda espíritos alheios
Daí-me a liberdade de ti
                                                Diego Mendes